No dia de hoje resplandece a tranquilidade. O sol forte estampa a paisagem em diversas cores demasiado vívidas. As árvores refletem tons de verde-claro e dourado, devido à luz que incide sobre as folhagens de suas altas copas. O céu transpira um azul claríssimo, que por vezes se confunde com o branco ou prateado, e não há sequer uma só nuvem para comparar-lhes o pálido esbranquiçado. Sem dúvida é um excelente dia para um feriado.
E nos feriados e sábados à tarde que vejo o quanto sou só. Parafraseando um, diria, estou aqui com a minha sozinhês.
E é justo nesses momentos, os de extrema sozinhês, que sinto a falta do que seria estar com alguém. Já estivera antes, e apenas por isso sinto a falta. Como gostaria de nunca ter estado, e então agora somente não sentiria nada, na abençoada ignorância dos que desconhecem os fatos ou sensações por nunca os terem vivido.
Nos feriados e fins de semana é que lembro-me do quanto anseio pela não solidão. Não pelo fato de minha vida ser tão sem graça ao ponto que necessito desesperadamente de alguém para compartilhar os dias, muito pelo contrário. Apenas gostaria que existisse alguém como eu, um outro alguém que delicie-se com a simplicidade dos dias de folga, e que tenha sorrisos para dividir nos dias de pura e calma alegria como os dias de descanso.
Assim como para todos que trabalham e se ocupam a semana inteira, os feriados me são muito aguardados. Bem como os finais de semana. Dia após dia, olho o calendário e confiro quanto mais tenho de aguentar até que a semana termine. Curiosamente, o período que se entende por semana é exatamente o tempo que meu corpo e minha mente toleram a dilacerante rotina. Acredito se acaso a semana durasse um ou dois dias a mais, de certo não sobreviveria e sucumbiria aos afazeres de uma vez por todas.
E me alegram muito as semanas que displicentemente acabam. Aquelas que, ainda não entendo bem o porquê, são mais curtas do que outras ano à fora. As que quando se pergunta à alguém que dia é hoje, este te responde - "Quinta-feira!" Com a feição de espanto de quem viveu a semana toda, dia após dia, como todas as outras, com início, meio e fim e não compreende tal pergunta. E certamente, esta mesma pessoa, em outro momento sentirá o que sinto, ela também terá suas semanas mais curtas, e se espantará ao perceber, assim como eu.
E quando se pensa mal poder tolerar os cinco dias, eis que no calendário, quinta-feira, quando menos se espera, é feriado. Ah, como é doce!
E por vezes, acredito ser essa a extrema felicidade, a qual eu busco na vida. A simplicidade do aguardar ansiosamente o fim da semana, e refazer-me para poder vê-la novamente recomeçar.
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