terça-feira, 8 de junho de 2010

Entre o almoço e uma corridinha no banco...

Hoje, infelizmente por estar na hora errada no lugar errado, presenciei um acidente envolvendo carro e moto, onde o motoqueiro foi arremessado à metros de altura. Poderia dizer no singular, metro, pois se tratou de apenas um metro e meio. "Apenas" somente para uma questão de medidas e correções ortográficas, porque ser arremessado de uma moto em movimento ao se chocar contra um carro, qualquer centímetro que seja, é absurdo. O corpo, tal qual fantoche, voou aos ares e caiu por sobre onde fora arremessado. O vôo deve ter tido a duração de pouquíssimos segundos, mas recordo de tudo ter acontecido em slow motion, vagarosamente me parecia encenado, e o vôo me parecia mais um corpo planando, brincando no ar, contrariando a lei primeira e unica, da gravidade a qual comanda todos nós. E desafiando a lei da fragilidade da vida, vejo o gajo levantar-se e por-se de pé, ainda assegurando aos presentes sua boa condição física, acalmando os apavorados espectadores da cena dantesca.
Ofereci-lhe a ajuda que podia, perguntei se queria uma ambulância ou qualquer outro tipo de socorro. Mas ele apenas sorriu e me disse que gostaria de fazer xixi. Lembro ainda de ter pensado "homem que é homem não faz xixi, mija."
Entramos juntos numa loja de esquina, onde as vendedoras apavoradas após terem assistido ao ocorrido, prontamente lhe apontaram o toalete. Ele correu para o banheiro. Deveria querer se certificar que estava tudo bem lá em baixo.
Segui meu caminho, de volta ao trabalho, e ele, o acidentado, seguiu o seu. Certamente mais dolorido e mais chocado com o que passara do que eu.

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