Mas é neste pequeno instante, nesse vislumbre inconsciente do novo dia, que me pesa e me fez forte, vida à fora. O subconsciente instante, incessante estado que me toma ao despertar, é amargo e poroso, permeado de mágoas, tristezas e arrependimentos. Dói dilacerantemente e, afortunadamente, meu estado de quase embriaguez matinal não me permite sofrer tanto.
Aos poucos vou recobrando a consciência e me consolando à medida do possível, aliviando o pesado fardo da culpa e da inabilidade, moldando em mim o difícil aprendizado de por tudo aos seus devidos lugares, de tomar a culpa que tenho, e deixar escapar o que não cabe a mim carregar, o que posso atribuir aos demais, ou ao universo-se assim for mais cômodo. Não que eu busque comodidade ou redimir-me, ao ausentar-me culpa, não mesmo. Mas de certo sei que a cada coisa, a cada ação, me cabe a minha parte, e a cada reação cabe a parte dos demais.
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