As vezes sinto um temor, subindo a espinha vagarosamente, torturante, e terminando na minha nuca escaldante, nesses dias tórridos de verão. Aperto fortemente as pálpebras, suspiro profundamente. Apenas dois centésimos de segundo e logo posso abrir novamente os olhos. Sorrio de canto de boca para mim mesma como se fora observada, mas não sou. Então fantasio estar sendo. Olho de uma lado paro o outro como se procurasse quem me vê, porém tenho certeza de que ninguém observa.
Afrouxo o sorriso e a postura, respiro profundamente e novamente vem o calafrio, conto até dois e dessa vez imagino você, que se desfaz ao abrir meus olhos novamente. Sorrio, e já sinto o calor que sinto quando estou ao seu lado, sorrio como se fosse você a me observar. Cerro os olhos e outro calafrio vem, subindo morno pelo meu corpo me faz novamente fechar os olhos, e então vejo nós dois.
Vejo você envolto no turvo do meu desejo, sorrindo para mim como gostaria que agora estivesse. Sorrio de volta, com os lábios entre abertos, ansiando por seus beijos. E em um brusco movimento, recuando o corpo você os nega, veemente.
Te olho nos olhos e peço com eles um pouco de você, que apenas sorri ao me impelir com força para longe de ti. A medida que as lágrimas brotam em meus olhos, meu corpo acende em desejo por tê-lo. O calor de meu corpo já me fazia suar, me jogo em seus pés implorando para que me toque como você o faz. A exata maneira que agora desejo, que só você pode fazer.
Suada, me agarro aos teus pés, suas pernas e enfim você permite que te toque o corpo. Cada segundo mais desejo você, desejo ser sua, desejo você dentro de mim, com urgência, desejo ser possuída por você.O suor se confunde com o molhado do prazer. Molhada e ofegante, ainda te imploro mais uma vez por sua afeição. Você ainda me nega, sorri com maldade, mais já transpira enquanto franze a testa.
Jogada ao chão, escalo teu corpo e com as mãos acaricio suas coxas, subo pelas suas pernas, beijo seu quadril, e faminta, abro suas calças. Anseio por te ter dentro de mim, te engulo, preenchendo minha boca até a garganta e me lambuzo com você. Seu cheiro me inebria e minha boca saliva por você; meu corpo saliva pelo seu.
Minhas entranhas fervem, minha pele grita seu nome, minha sede de você me atordoa, então num grito rouco imploro para você me penetrar. Mas ao invés disso, você abafa meu apelo com uma das mãos, enquanto a outra sobe ao meus pescoço, que ao apertar, me cala de vez.
Sua língua vagarosamente percorre meu corpo. Pelo ventre, desce lentamente minhas costas, brinca na minha bunda, fazendo movimentos circulares. Depois sopra os rastros de saliva e com uma das mão acaricia minha buceta, conferindo o quão molhada você me deixa. Ao sentir, aperta mais o meu pescoço e me manda implorar mais uma vez.
Já não posso aguentar, peço uma vez mais, já balbuciando, e você me invade com tanta vontade e tanto desejo que rapidamente explode quente dentro de mim.
Te abraço, te olho nos olhos, sorrio ao dizer que te amo.
Você me aperta como se nunca fosse soltar. Faz juras de amor eterno enquanto me aninho no seu peito.
Ainda confusa, desperto sem ti.